05/10/2020 09h36

Seminário debate os reflexos da economia criativa para o desenvolvimento regional sustentável do Espírito Santo

O Instituto Jones dos Santos Neves (IJNS) realizou nesta semana o segundo seminário de integração do projeto Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS). Pautado no eixo econômico, o debate foi voltado à economia criativa, seus impactos e reflexos no desenvolvimento do território capixaba.

O secretário de Estado de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc, destacou a importância da economia criativa no contexto do projeto. “A economia criativa é um instrumento de desenvolvimento local, explorando as potencialidades de cada região, seja no turismo, na cultura ou nos pequenos arranjos econômicos”, disse. 

O Projeto de Desenvolvimento Regional Sustentável integra a carteira de programas e projetos do Planejamento Estratégico do Espírito Santo. A partir dos desafios, oportunidades e potencialidades identificadas nas microrregiões, o Governo do Estado, segundo Alvaro Duboc, vem trabalhando para estimular o desenvolvimento do Estado de forma sistêmica e sustentável, com a definição de diretrizes e ações integradas, visando à melhoria da qualidade de vida da população.

Já o diretor-presidente do IJSN, Daniel Cerqueira, lembrou que a economia criativa não se limita à dimensão estritamente econômica. “O trabalho criativo promove direitos fundamentais como o respeito pela dignidade humana, a igualdade, a democracia. A economia criativa pode ser um catalizador de mudanças para gerar sociedades mais inclusivas, conectadas e colaborativas, tem um papel fundamental para desenvolver a economia local e tem esse poder de influenciar e inspirar as gerações presentes e futuras para proteger a cultura, os recursos naturais e, portanto, contribuir para um desenvolvimento mais sustentável”, ressaltou.

O DRS é um projeto prioritário do Governo do Espírito Santo, que tem por objetivo promover o desenvolvimento regionalmente equilibrado, pactuando ações e projetos para a prosperidade de cada vila, cidade e microrregião do Estado, de acordo com as vocações e potencialidades locais.

Na primeira fase do projeto, foram instituídos os Conselhos de Desenvolvimento Regional Sustentável (CDRS), sob coordenação da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes). Com representantes dos Poderes Executivos Estadual e Municipal, Poderes Legislativos Estadual e Municipal, setor produtivo, sociedade civil e instituições de ensino, os conselhos têm por responsabilidade a criação de um ambiente de articulação e integração de interesses regionais.

No escopo técnico, constitui-se um projeto de pesquisa interinstitucional, formalizada por meio do convênio de Cooperação Técnica entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), a Secretaria de Economia e Planejamento (SEP), a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), o IJSN, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), para a elaboração de Planos de Desenvolvimento para as nove microrregiões de planejamento, contendo o Diagnóstico Integrado da região e Planos de Ação, além do Índice de Prosperidade do Espírito Santo (Ipes) e de um painel de indicadores de cada microrregião.

A diretora de Estudos e Pesquisas do IJSN, Latussa Laranja, explica que o objetivo dos seminários é “integrar os dois eixos do projeto, que são o projeto de pesquisa e a pactuação nos territórios, que acontece por meio dos Conselhos de Desenvolvimento Regional. Acreditamos que o desenvolvimento regional possa se fazer de forma endógena e melhorar a vida dos capixabas em todo o território. Buscamos a descentralização do desenvolvimento, mas também da produção do conhecimento. Trazer novos ares, oxigenar as nossas discussões e melhorar o nosso entendimento, até para descrevermos melhor as perguntas a serem respondidas durante este processo e encontrarmos essas respostas neste território tão rico que é o Espírito Santo”, completou.

Os encontros virtuais acontecem todas as quintas-feiras e são transmitidos pelo canal do IJSN no Youtube (https://bit.ly/youtubeijsn). A cada semana, pesquisadores, gestores públicos, academia, sociedade civil organizada e demais convidados debatem um dos eixos temáticos trabalhados no projeto, que são: ambiental, econômico, social, gestão pública e território.

O diretor-presidente da Agência de Desenvolvimentos das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Estado (Aderes), Alberto Farias Gavini Filho, elogiou a iniciativa do debate. “O evento realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves foi uma bela iniciativa. Uma forma de poder discutir o empreendedorismo social e a economia criativa voltada para a retomada dos pequenos negócios do Espírito Santo e a Aderes se considera um instrumento importante para a promoção desse tipo de economia voltada para as comunidades, para o desenvolvimento dos bairros da Grande Vitória e demais regiões do Estado”, avaliou.

O secretário de Estado de Turismo (Setur), Dorval de Assis Uliana, participou da transmissão ao vivo e destacou o trabalho realizado pelo IJSN em parceria com a Setur de acompanhamento dos indicadores da economia do turismo https://bit.ly/36xsGu8 

“O conhecimento dos dados relativos ao setor é de fundamental importância para uma gestão de qualidade do turismo. O Espírito Santo é referência nacional por manter o Observatório de Turismo que reúne os dados das atividades do setor. Nele, estão contidos resultados de pesquisas locais como também referentes à atividade econômica por meio do painel desenvolvido em parceria com o Instituto Jones e a Fapes. Todas estas informações norteiam nossas ações e colaboram na definição de políticas públicas para o segmento, colaborando para o desenvolvimento sustentável do nosso Estado”, informou  Uliana.

O secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, abordou o tema e as ações da Secretaria no sentido de impulsionar as atividades criativas.  "A partir das ferramentas da economia criativa se agrega valor, se gera interesse e abre caminho e repertório para outros modelos de desenvolvimento econômico. É sustentável, porque trabalha com a criatividade e com os ativos locais; diversa, porque respeita a história e aponta para o futuro; e adaptável, porque atua muito bem com outras matrizes econômicas, potencializando a agricultura familiar ou os produtos de identificação geográfica, por exemplo", pontuou.

Ainda durante o evento, o especialista em Gestão Cultural e consultor de Negócios e Inovação nos Setores Criativos, André Luis Gomes Lira, apresentou a experiência do projeto “Sertão Criativo”, do Estado de Pernambuco cujo objetivo é fomentar a capacidade criativa e o empreendedorismo cultural local.

“Num primeiro momento, procuramos entender os gargalos e as dinâmicas da economia criativa no sertão pernambucano, tanto as coisas positivas que existem quanto as negativas que precisam de apoio e suporte. Um exemplo é a falta de informação e de formalização do setor, que acaba também não gerando riqueza nem para o indivíduo, que poderia fazer mais negócio, nem para o território.”

Após a fase de diagnóstico, foram criadas atividades em resposta ao setor. “Construímos consultorias e programas de formação para potencializar o que era produzido, gerar investimentos para transformações efetivas no território, e articulação entre esses criativos”, frisou.

 

 

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