26/09/2012 08h42 - Atualizado em
27/01/2016 15h58
Domingo (30/09) é dia especial para a moqueca capixaba
No próximo domingo (30) o prato típico mais tradicional da gastronomia do Espírito Santo, a moqueca capixaba, terá pela primeira vez um dia especialmente para ser degustada e homenageada.
A homenagem foi criada através da Lei municipal 8.213/2012, que institui o Dia da Moqueca no município de Vitória em 30 de setembro. Com isso, a data passa a integrar o calendário oficial da cidade. Sancionada no último dia 14, a Lei teve inspiração na frase do jornalista e escritor Cacau Monjardim: "Moqueca é capixaba. O resto é peixada".
A frase surgiu entre os anos 1970 e 1971, após uma viagem do jornalista à Bahia. Então presidente da extinta Empresa Capixaba de Turismo (Emcatur), entre uma reunião e outra, os baianos levaram o jornalista para saborear a culinária local. Ao provar a moqueca baiana, Cacau estranhou o sabor e alegou que o prato era muito pesado.
Estudioso da cultura e defensor dos costumes capixabas há mais de 40 anos, Cacau Monjardim tem mais um motivo para comemorar no dia 30 de setembro: o Dia da Moqueca é exatamente a data do aniversário de Cacau.
A Lei estadual 7.567/2003, já havia instituído a moqueca como comida típica do Espírito Santo. Há também um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa para instituir o Dia Estadual da Moqueca Capixaba.
A moqueca
A moqueca capixaba é um dos ícones do Espírito Santo. Conhecida pelo seu sabor inigualável, o prato é uma instituição essencialmente capixaba. Sem acréscimo de outros ingredientes, a moqueca capixaba é feita na panela de barro, outro ícone capixaba. A panela de barro também já é reconhecida como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A moqueca é uma tradição trazida pelos índios há mais de 400 anos e segundo chefs renomados, sua receita atende os quatro padrões que a gastronomia preza em um prato de qualidade: sabor, cor, perfume e consistência.
Aprenda a fazer a moqueca capixaba:
INGREDIENTES
2 kg de peixe (badejo, robalo, pescada, vermelho, papa-terra ou garoupa.
2 maços de coentro fresco picado.
400 g de cebola branca picada em cubos.
600 g de tomates picados em cubos.
20 g de alho picado.
50 ml de azeite de oliva.
30 ml de tintura de urucum (sementes de urucum aquecidas com óleo de milho).
Sal, pimenta do reino e limão.
PREPARO
Limpe o peixe, corte-o em postas e deixe-o em um recipiente com sal e suco de limão por 30 minutos. Reserve a cabeça para o pirão.
Numa panela de barro capixaba refoque no azeite o alho e metade da cebola, do tomate e do coentro.
Arrume as postas de peixe em cima fazendo uma só camada.
Vire-as de um lado e do outro para pegarem um pouco deste tempero
Cubra com o restante da cebola, tomates e coentro.
Regue com a tintura de urucum e com um pouco mais de azeite.
Deixe cozinhar tampada em fogo alto e quando abrir fervura coloque umas gotas de limão. Não acrescente água ou vire as postas para não quebrá-las.
Com auxílio de luvas ou um pano grosso, balance a panela algumas vezes para evitar que a moqueca agarre no fundo.
Quando peixe estiver cozido, verifique o tempero e sirva salpicada de cebolinha verde.
Sirva com arroz branco e um pirão feito com a cabeça do peixe.
PIRÃO
Cozinhe a cabeça do peixe na água, com os mesmos ingredientes da moqueca até quase desmanchar. Retire a cabeça, desfie a carne e elimine os ossos. Penere o caldo, tempere-o e junte à carne desfiada. Acrescente a farinha de mandioca crua em fogo baixo, mexendo sempre para não empelotar e o suficiente para atingir uma consistência média.
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