03/10/2014 13h11 - Atualizado em 28/01/2016 08h46

Festival Panela de Barro começa na terça (07)

foto: Bruno Coelho
Prato do restaurante Pirão da Ilha que participa do Festival


Começa nesta terça-feira (07) e vai até o dia 26 de outubro a 5ª edição do Festival Panela de Barro. O evento gastronômico reúne 30 restaurantes de Vitória, Vila Velha e Serra. Os chefs dos restaurantes participantes ficaram responsáveis por criar receitas diferentes que sejam preparadas na tradicional e mais típica obra do artesanato capixaba: a Panela de Barro. 

Nesta edição, o festival terá cinco restaurantes estreantes: Disk Pizza Paulista, Bacalhauzinho, Enseada de Manguinhos, além de dois da Curva da Jurema - que marca presença pela primeira vez no festival - o Recanto JB e o Kiosque do Alemão. Os restaurantes que já participam desde a primeira edição são: Caieiras, Ilha do Caranguejo, Panela Capixaba, Pirão da Ilha e Regina Maris. 

Uma das novidades desta edição é a avaliação dos garçons. Os garçons serão avaliados pelos consumidores e vão concorrer ao título de "Melhor Garçom". O profissional eleito pelo público ganhará um final de semana em Porto Seguro, Bahia. 

Carne seca, rabada, costelinha e até feijoada serão estrelas na panela, mas, logicamente, os frutos do mar e a tradicional moqueca não serão esquecidos, eles farão parte das opções que prometem deixar os clientes com água na boca. Os pratos servem de uma até quatro pessoas, com valores que variam entre R$ 27,50 e R$ 125,00. 

Durante os 20 dias de realização do evento, as criações culinárias também serão julgadas pelos consumidores, que elegerão o vencedor desta edição do concurso. No estabelecimento participante, o consumidor receberá uma cédula com quatro quesitos para votação de nota 1 a 10, são eles: atendimento, ambiente, inovação e apresentação. 

Panela de Barro

A expressão máxima do artesanato capixaba é a panela de barro, onde são preparados os dois principais pratos: a torta e a moqueca.  Feita de modo artesanal, sua origem está ligada às raízes indígenas, numa tradição que já passa de 400 anos.

A modelagem das panelas é feita manualmente, sem o uso do torno de oleiro. A parede vai sendo levantada, com a forma desejada, usando-se a técnica de roletes ou diretamente, escavando a "bola" de argila, "puxando a panela", como dizem as mulheres, por meio de movimentos com as mãos, tanto circulares como verticais, abaulando, arredondando, definindo o formato da peça com a ajuda de rudimentares ferramentas - pedras lisas, cascas de coco, coité (pedaço de cabaça) e objetos similares.

Certamente a característica mais marcante das panelas é a sua coloração escura. Isto é obtido por meio da impregnação da peça com tanino, existente na árvore do mangue-vermelho. Depois de modeladas, as panelas ficam em lugar ventilado e protegido do sol até secarem completamente. Só após é efetuada a queima, não em forno, mas em fogueiras a céu aberto - método bastante primitivo adotado por tribos indígenas.

Para se ter a exata dimensão da importância desta atividade cultural foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em reunião de 21/11/2002, o registro do ofício das Paneleiras de Goiabeiras para ser inscrito no livro de registro dos Saberes  e declarado patrimônio cultural do Brasil. 


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