06/06/2012 09h31 - Atualizado em 27/01/2016 15h51

Os Passos de Anchieta: começam nesta quinta-feira (07)

foto: Tadeu Bianconi
Os andarilhos caminham 100 km em quatro dias.


Começa nesta quinta-feira (07) e vai até domingo (10) a 15ª edição da caminhada Os Passos de Anchieta.  O evento
é promovido pela Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta (Abapa) , contando com o apoio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur).

O primeiro roteiro cristão das Américas, a caminhada Os Passos de Anchieta resgata o trajeto percorrido pelo Padre
José de Anchieta nos últimos de vida e já se consolidou como uma dos mais importantes atrativos turísticos do Espírito Santo, atraindo cerca de 4 mil pessoas.

O roteiro, que foi retomado há 12 anos, é o quarto desse tipo existente no mundo - os outros três são os famosos caminhos de Santiago de Compostela, na Espanha; a trilha da Terra Santa, em Jerusalém; e a de Roma, na Itália.

Uma grande caminhada anual congrega centenas de andarilhos que a iniciam sempre no dia de Corpus Christi para concluí-la no domingo. No trajeto, é possível apreciar as paisagens que inspiravam o beato e mergulhar nas reflexões que a jornada oferece.

A caminhada é feita em quatro dias, dividido pelos seguintes trechos: no primeiro dia, de Vitória - cujo marco inicial é o Palácio Anchieta -  à Barra do Jucu, em Vila Velha, quando são percorridos em média 25 quilômetros; no segundo dia, da Barra do Jucu até Setiba, em Guarapari, perfazendo 28 quilômetros; no terceiro dia, entre Setiba e
Meaípe, percorrendo 24 quilômetros, ainda em Guarapari; e no quarto dia de Meaípe até Anchieta, num percurso de 23 quilômetros, finalizando o evento na Igreja Matriz do município.

 História

Há 500 anos um homem movido pela fé vencia distâncias e um ambiente hostil para levar a sua mensagem evangelizadora, sem temer selvagens, feras ou doenças tropicais. Hoje, seu caminho foi resgatado para que as pessoas possam viver os passos deste homem, que se transformou no Apóstolo do Brasil.

Os Passos de Anchieta se estendem pela rota de 100 quilômetros no litoral do Espírito Santo onde o abnegado apóstolo escolheu viver os seus últimos anos de vida. O caminho entre Vitória e Anchieta é uma rota histórica, cultural, turística e religiosa que recupera o roteiro das caminhadas regulares que o Padre José de Anchieta empreendia a cada duas semanas deslocando-se a pé de Reritiba, aldeia dos ferozes índios temiminó, no Sul do Espírito Santo, até o colégio de São Tiago, na então Vila de Vitória, que no século XX foi transformado no Palácio Anchieta, sede do Governo do Espírito Santo.

José de Anchieta, depois de liberado das funções evangelizadoras mais em São Paulo, buscou a Vila de Reritiba, cidade de Anchieta, porque o local lhe evocava a sua San Cristobal de Laguna, nas Ilhas de Tenerife, que ele deixara
ainda adolescente para cumprir seu sacerdócio. Ali ele escolheu ficar, de 1587 a nove de junho de 1597, quando morreu, tendo seu corpo transportado até Vitória por um cortejo de três mil índios em melancólica reverência.

Atribuem-se a Anchieta feitos prodigiosos neste caminho, como abrir poços batendo com uma vara no solo, conversar com onças ou convocar as gaivotas para sombrear o sol abrasador nas andanças que fazia, vergado por uma tuberculose óssea que lhe deixava corcunda ainda na mocidade.

Primeiro mestre do Brasil, o beato foi também o precursor das artes cênicas brasileiras doutrinando os nativos através dos autos teatrais, professor, autor de uma gramática tupi que visava facilitar o entendimento da língua dos gentios e a transmissão da doutrina católica, e cientista que se aplicava em estudos da fisiologia dos animais.

Tinha-se como pai dos nativos a quem considerava desassistidos por viverem alheios ao cristianismo. Em suas vindas de Reritiba, que os historiadores relatam se realizarem em inacreditáveis dois dias, costumava pernoitar nas Vilas de Guarapari, Ponta da Fruta ou Vila Velha, na ermida da Penha (hoje Convento da Penha). Os registros históricos o relatam como um andarilho lépido que caminhava a frente dos robustos guerreiros que o acompanhavam, donde o seu nome indígena de Abara-Bebe ou Carai-Bebe (santo voador ou homem-voador) devido à rapidez com que caminhava.

Serviço:


Ao turista que deseja percorrer o mesmo caminho que o beato, o percurso pode ser feito em qualquer época do ano. Resultado de um convênio entre a Abapa e a agência Tour-ES é possível montar um pacote personalizado para o roteiro. Mais informações pelo e-mail (atendimento@abapa.org.br) ou pelos telefones: (27) 3227-2661 / 9928-4684.

Programação:
07/ 06/12 - Catedral de Vitória à Barra do Jucu
6h30 - Concentração
7 horas - Missa na Catedral
7h30 - Aquecimento Físico e partida


08/06/12 - Barra do Jucu a Setiba
6h30 - Concentração
7h30- Aquecimento Físico e partida


09 /06 /12 - Setiba a Meaípe
6h30 - Concentração
7h30 - Aquecimento Físico e partida

 
10/ 06 /12 - Meaípe a Anchieta
6h30 - Concentração
7h30 - Aquecimento Físico e partida
13 horas- Saudação de chegada aos andarilhos
13h30 - Entrega dos Certificados


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