A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) recebeu, nesta quarta-feira (04),  uma cópia da Carta da Paisagem - em prol da valorização da paisagem cultural e natural do Espírito Santo. O documento foi entregue à subsecretária, Flávia Cysne, por representantes do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Maria das Dores Perim e Fábio Lopes Galvão; da Prefeitura Municipal da Serra, Berenice Tavares; e da Câmara Municipal de João Neiva, Fortaleza; além das gerentes e da técnica da Setur, Angela Modolo (Estudos e Negócios Turísticos), Márcia Abrahão (Gestão do Turismo) e Vânia Chiabai, respectivamente.

A carta foi elaborada a partir do curso "Estudo e análise de paisagem e sua interface com o paisagismo", realizado de 28 de março a 1º de abril de 2011, na sede da Fazenda Experimental do Incaper, em Venda Nova do Imigrante. O grupo busca apoio público para a identificação, proteção, inventário, registro, documentação, manutenção, conservação e restauração das diversas paisagens do Espírito Santo.

Uma iniciativa da Incaper, com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o evento proporcionou o primeiro debate transdisciplinar sistematizado sobre a paisagem capixaba. O objetivo é buscar a valorização e incorporação de novos conceitos de paisagem, como pressupostos para o desenvolvimento sustentável local, regional e estadual, com foco humanístico.

A gerente de Estudos e Negócios da Setur, Angela Modolo, participou do curso e reafirma o apoio da Secretaria de Turismo na ação. "A Setur poderá replicar essa proposta, junto com outros segmentos envolvidos na questão, através de fóruns e da articulação para a realização de um curso, iniciando pela Região Metropolitana da Grande Vitória, como forma de debater a importância da paisagem no contexto do turismo".

História

Segundo os elaboradores do documento, "a história tem consagrado a importância da paisagem para o processo civilizatório da humanidade. Países como França, Espanha, Portugal, Itália e Alemanha, signatários da Convenção Europeia da Paisagem, consideram a paisagem como ciência e ferramenta essencial de planejamento estratégico para o desenvolvimento sócio-econômico-cultural".

O documento também sustenta que os legisladores da Constituição Federal de 1988 foram sensíveis ao criar a definição de paisagem cultural brasileira, segundo a qual "o patrimônio cultural é formado por bens de natureza material e imaterial". A carta também cita a importância da criação da Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, por meio da Portaria nº 127/2009 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

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